CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

BASTA-ME POUCO



Foto de Piedade Araújo Sol



                  
       BASTA-ME POUCO
           Carlos Pereira


Basta-me pouco, quase nada,
E é tão pouco o que ambiciono;
         Nunca tive de mão beijada
O muito pouco do que sou dono.

Basta-me pouco, não reclamo;
Guardo tudo por que tenha apreço.
Como toda a gente, também, clamo,
Mas apenas, aquilo que mereço.

Nesta vida de seis décadas, aprendi,
Dar às coisas pueris algum valor;
Desse dar tão pouco nunca me arrependi.

Às vezes o que aparenta ser dor,
No olhar triste de quem, triste, sorri;
Não é mais do que a falta de amor.


                  Aveiro, 25.01.2011










4 comentários:

  1. Desde já, parabéns pelas seis décadas, que foram enriquecedoras, com certeza!...
    Parabéns, também, pela modéstia, pela humildade e pela consciência de saber aceitar a naturalidade das coisas, fazendo, por elas, o que deve ser feito, para que sejam merecidas!... Como diz uma amiga, “tudo na medida do merecimento”!... Parabéns, ainda, pelo valor que dá às pequenas coisas, ás que passam desapercebidas aos olhos da actual avidez, do medo, da falta de Esperança! Todos dedicassem um olhar inocente à importância de uma pequena semente e as searas seriam campos férteis onde a fome no mundo seria uma história nunca reescrita!
    Concordo que, às vezes, em muitas vidas, tudo se resuma à falta de Amor que, por uma ou outra razão, não se sabe dar ou, simplesmente… receber!





    Boa semana





    Abraço

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  2. a humildade um belo soneto a homenagear as seis decadas do seu autor.

    gostei de ver a foto.

    obrigada.

    beij

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  3. Um poema muito belo! "Basta-me pouco"... É melhor desejar bastante para que a vida lhe seja generosa.
    Um beijo.

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