CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MARNOTO





O MARNOTO

Com este humilde soneto, pretendo homenagear a figura do marnoto que labuta nas salinas de Aveiro, garantindo o sustento da sua família.


                          
         MARNOTO
     Carlos Pereira


Agricultor sem arado,
A salina é a sua leira;
Amanha-a esperançado,
Para o sal, ter na eira.

Se o verão tiver sol forte,
Bem quente a nortada
E não for madrasta a sorte;
A safra será angariada.

Escultor de cristais de sal
Num trabalho árduo, ignoto;
Para ter o pão de cada dia.

Arte bela, glória sem igual,
Que o talento do marnoto;
Esculpe com a água da ria.

  
           Aveiro, 01.01.2011


9 comentários:

  1. Boa noite! Bela homenagem!
    Saudações da sua nova seguidora.
    Carla Fernanda

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  2. Olá Carlos!

    Homenagear é arte feita em partes, e dar valor ao um breve estraviar, é assegurar a lembrança- no lembrar de muitos!

    Os meus parabens gostei demais!

    Quero convida-lo a conhecer meu blog, Alma do Poeta!

    Um forte abraço!

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  3. Lindo demais, amigo Carlos!
    Imagens que falam alto, versos que deslumbram!
    Parabéns, meu amigo, grande poeta!
    Abraço apertado da
    Zélia

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  4. Injustamente ignorado, presente naquele segredo que nos dá a saborear esse "sal da vida" estando presente, também, na própria Vida!... Talvez um trabalho árduo, doce, conceteza, para o Marnoto que, melhor do que ninguém, saberá qual o sabor das lágrimas vertidas pelas mais diversas razões; serão salgadas, essa lágrimas, até as de felicidade, como feliz é o sal que nos tempera os dias, as noites, os sonhos e, como não poderia deixar de ser, uns saboroso petiscos!...
    Ao Marnoto, toda sorte do mundo... e o Sal!



    Bom Domingo


    Abraço

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  5. Uma homenagem muito bonita àqueles que trabalham nas salinas. Um trabalho árduo, sim.
    Um beijo.

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  6. Muito belo

    Filhos dos homens
    que nunca foram meninos

    Abraço

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  7. Marnoto liga-me de imediato a Aveiro. Ao sal. À pesca do bacalhau...
    Excelente poema de homenagem a uma profissão já quase desaparecida...
    Um abraço, caro amigo.

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  8. ....

    Excelente, meu amigo!
    Uma homenagem merecida.

    Um abraço

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  9. Poema burilado com a sensibilidade de um escultor literário de fina água.
    Água límpida e cristalina, claro!

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