Foto de Carlos Pereira
A FORÇA DA RAZÃO
Carlos Pereira
Este mundo incrédulo, desavindo,
É como barco sem ancoradouro.
Todo o mister é bem-vindo
Como a pele quando vira couro.
Não há sol que tanto brilhe
Nem noite que tanto escureça.
Pelo longo caminho se trilhe
O que de melhor em nós se conheça.
Não sou príncipe nem reino, tenho!
Quando venço, repudio, a glória.
Carrego por vocação o pesado
lenho
Contra toda a urdidura censória.
Que do bem ninguém se farte
E perante o mal não se amoleça.
Se pelo lado fraco a corda parte
É porque o mais forte não tropeça.
Se formos fieis a nós mesmos,
Urdiremos ufana bandeira.
Contra perversos feudalismos,
Seja a voz, gloriosa charneira.
Aveiro,
30 de Setembro de 2015
Publicado
no Diário de Aveiro