AVEIRO E A RIA
Carlos Pereira
Aveiro, veia azul, extensão de mim!
Ninho acolhedor desde a nascença.
Amor eterno, meu colorido jardim;
Nívea luz de sal não tem parecença.
Barco moliceiro, poema em movimento
Que a ria, de varina vestida, nos canta
No seu marulhar … singular momento;
Qual sereia que nos seduz e encanta.
Em noites de lua cheia, em tuas águas,
O luar suplica teu amor, enamorado.
E tu, embevecida, por ele abraçado;
Recusas o refluxo da maré, não recuas;
Fingindo adormecida no doce abraço,
Anseias levá-lo contigo no teu regaço.
Aveiro, 25.09.2010
Publicado na Revista NORTADA do SBN