Foto de Gustavo Martins
AO POETA TUDO É PERMITIDO
Carlos Pereira
Tudo é permitido ao poeta;
Fingir, amar, até mentir.
Não tem vocação de asceta;
Na contemplação o mesmo sentir.
Ao poeta tudo é permitido;
Finge preocupação com o porvir.
A palavra, seu bem mais querido,
Sustenta-o nesse seu fingir.
Prefere a curva à linha recta;
Aumentando, assim, o caminho
Do sonho e da ilusão suprema.
Do cupido, anseia a doce seta
Do amor que lhe dará ninho;
Onde o espera o mais belo poema.
Aveiro, 12.10.2010
Belíssimo, meu amigo Carlos, grande poeta!
ResponderExcluirEncantou-me saber que o poeta prefere a curva à linha reta, justamente para aumentar o caminho (em vez de buscar o atalho...)Tens razão: é isso mesmo! Eu não tinha percebido...
Grande abraço, amigo!
Estás coberto de razão no que dizes meste excelente soneto.
ResponderExcluirGostei imenso.
"Prefere a curva à linha recta"... uma constatação inteligente...
Bom resto de Domingo.
Um abraço.
Quando a poética não se ausenta das palavras. Assim se faz poesia!
ResponderExcluirMais um lindíssimo soneto meu amigo. Adorei. Beijos com carinho
ResponderExcluir....
ResponderExcluirAmigo Carlos,
Porque o poeta é um fingidor é que tudo lhe é permitido.
Bem definido.
Um abraço
Fingidor, o poeta, não é?
ResponderExcluirHá sílabas vermelhas recortadas na voz onde as palavras criadas são rios que debandam das nascente...
Um beijo.
tens uma veia de Poeta especialmente para sonetos.
ResponderExcluirgostei.
um beij
Mas acrescento: alguém disse que ser poeta é a arte de ficcionar a realidade.
ResponderExcluirUm abraço, caro amigo.
Passei, para lhe desejar um optimo fim de semana. Beijos com carinho.
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