Foto de Carlos Pereira
O
POETA E O FARISEU
Carlos
Pereira
Restam-me estes dias sincronizados com o tempo
E
a vida; vulgares e com gente vulgar como eu,
Que
sorri com as flores mesmo que chegue a destempo
O
sol, por ter adormecido na cama azul do céu.
O draconiano calendário nunca será contratempo
Na
rejeição dos prazeres mundanos por parte do plebeu.
Outros
cantos e sórdidos hábitos são passatempo
Dos
que, ufanos, ostentam a nossa vida como troféu.
Não obstante o enganar sistemático do fariseu,
Não
deixarei de olhar a planura dos verdes vales
Nem
a força da onda salgada que nos tempera.
Tens dons de retórica mas nunca um poema, filisteu,
Farás,
por muito que leias, escrevas ou fales;
Será
sempre o poeta a criar a esperança na espera.
Aveiro, 13.01.2013
Publicado
no Diário de Aveiro
in "GRAPHEIN" Coletivo de Autores - Edições Vieira da Silva 2017
in "GRAPHEIN" Coletivo de Autores - Edições Vieira da Silva 2017
Poetas e fariseus não se ligam...
ResponderExcluirExcelente soneto.
Parabéns, gostei imenso.
Caro amigo Carlos, tem uma boa semana.
Abraço.