Foto de Salete Pereira
O VOO DO INSECTO
Carlos Pereira
Há uma brandura na mão que afaga o
rosto da tarde,
e o silêncio da noite estelar irá comover-se
com esse gesto.
O voo do insecto projecta-se na seara
através do vento tórrido de um verão de
pedra,
e o suor desse esforço dessedenta o
sangue aceso
das veias do solo rugoso e gretado,
cemitério incandescente, onde descansam
os ossos
do nosso comiserador descontentamento.
Aveiro, 31 de Agosto de 2016
Publicado no Diário de Aveiro
Ora viva, meu caro Poeta, Carlos Pereira!...
ResponderExcluirEspero que esteja de boa saúde; o resto vai acontecendo, mesmo que as condições não sejam as melhores para as terras por onde passamos!...
É verdade, apesar do esforço, parece que nada podemos contra o que nos corre fora das veias, ainda que sempre seja melhor sabermos o que não vemos bem dentro de nós, do que sentirmos as fraturas de uma terra árida, ressequida... sem veios nem veias por onde pudéssemos correr como sangue vivo!...
A Vida também é isto!...
Um forte abraço, Carlos Pereira e que a saúde o mantenha sempre disposto a escrever mais um Poema!...
Bom fim de semana
Um excelente poema, amigo. Profundo e sentido.
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.