Foto de Piedade Araújo Sol
BASTA-ME POUCO
Carlos Pereira
Basta-me pouco, quase nada,
E é tão pouco o que ambiciono;
Nunca tive de mão beijada
O muito pouco do que sou dono.
Basta-me pouco, não reclamo;
Guardo tudo por que tenha apreço.
Como toda a gente, também, clamo,
Mas apenas, aquilo que mereço.
Nesta vida de seis décadas, aprendi,
Dar às coisas pueris algum valor;
Desse dar tão pouco nunca me arrependi.
Às vezes o que aparenta ser dor,
No olhar triste de quem, triste, sorri;
Não é mais do que a falta de amor.
Aveiro, 25.01.2011
Desde já, parabéns pelas seis décadas, que foram enriquecedoras, com certeza!...
ResponderExcluirParabéns, também, pela modéstia, pela humildade e pela consciência de saber aceitar a naturalidade das coisas, fazendo, por elas, o que deve ser feito, para que sejam merecidas!... Como diz uma amiga, “tudo na medida do merecimento”!... Parabéns, ainda, pelo valor que dá às pequenas coisas, ás que passam desapercebidas aos olhos da actual avidez, do medo, da falta de Esperança! Todos dedicassem um olhar inocente à importância de uma pequena semente e as searas seriam campos férteis onde a fome no mundo seria uma história nunca reescrita!
Concordo que, às vezes, em muitas vidas, tudo se resuma à falta de Amor que, por uma ou outra razão, não se sabe dar ou, simplesmente… receber!
Boa semana
Abraço
Uma ternura de poema
ResponderExcluirAbraço
a humildade um belo soneto a homenagear as seis decadas do seu autor.
ResponderExcluirgostei de ver a foto.
obrigada.
beij
Um poema muito belo! "Basta-me pouco"... É melhor desejar bastante para que a vida lhe seja generosa.
ResponderExcluirUm beijo.