Foto retirada da Net
ATENTO
DISCÍPULO
Carlos
Pereira
Os
pés do menino, descalços, seguiam
O
sulco húmido do arado, puxado
Pela
dócil parelha de vacas amarelas,
Que
o Ti Xico, sabiamente conduzia
Com
a mão esquerda, tisnada
Pelo
sol de muitos anos. Na direita,
Uma
pequena vergasta de vime,
À
qual só dava serventia na mudança de rego,
Batendo
mais na canga do que nos nobres animais;
Ajuda
prestimosa na manobra rotineira
A
cada novo sulco esventrado à terra.
Era
visível de forma indelével,
A
conivente irmandade entre homem e animais.
As
lavandiscas esvoaçavam num afã meticuloso
Na
esperança de uma refeição de vermes subtérreos,
Que
o arado, generosamente, punha a nu.
Todos
trabalhavam para granjear o árduo
Sustento.
O menino era, na maior e mais sábia
Sala
de aula, um atento discípulo.
Aveiro,
05.06.2012
Belíssima memória viva
ResponderExcluirótimo Carlão....e se muitos fosse assim, como seria tudo melhor!
ResponderExcluir[]s