Foto de Carlos Pereira
RIA MINHA AMADA
Carlos Pereira
Alta vai a noite e
tu, ó ria, ainda acordada
De braço dado com a
lua a velar o teu moliceiro.
Cantas canções de
embalar até de madrugada
Para adormeceres o
teu amor de sempre: Aveiro.
Do ventre azul das
tuas salinas nasce o sal. A nortada
É o seu alimento e o
sol, fiel companheiro.
Do alto da capela de
São Gonçalinho, és abençoada,
Para que navegue sem
sobressalto o velho salineiro.
Ao longo das tuas
margens sustentas os povos,
Desde Ovar até Mira,
com a mesma generosidade.
Das tuas águas emanas
luz e nascem sonhos novos.
Arrais, pescadores e
varinas são teus amigos dilectos.
Os catraios aprendem
a arte da pesca com sagacidade
E histórias que o avô
conta, entre traquinices e afectos.
Aveiro,
20.04.2013
Publicado no Diário de Aveiro
Publicado no Diário de Aveiro
Marinhas valentes
ResponderExcluir