Foto de Carlos Pereira
CONSTRUÇÃO
Carlos Pereira
Com as mãos principiei a estrada.
Com os olhos criei um rio e um
monte
e construí uma casa destelhada,
que deixa ver o céu até ao
horizonte.
Quando for, por força das horas,
chegada
a nívea aurora e um raio de sol
desponte
por entre as fímbrias da pura
madrugada,
serei mendigo sedento na boca da
tua fonte.
No rasto luminoso da nossa noite
velada,
os fragmentos de luz da tua alma
sagrada,
serão sólidos alicerces para a
nossa ponte.
Se ainda restar da construção
sonhada
algum tempo, sacoleja a alegria
da alma lavada
para que o jardim do nosso amor
se apronte.
Aveiro,
7 de Novembro de 2015
Publicado
no Diário de Aveiro
Tudo se move
ResponderExcluiraté as pontes
Gostei da construção do soneto.
ResponderExcluirUm beijo.