Foto de Carlos Pereira
INTERLÚDIO
Carlos Pereira
Subi ao mais alto cume
para não estar só.
Quando do sol, o lume
se for, seremos apenas pó.
Naveguei na mais forte vaga
para não ter medo.
Quando da lua, o brilho se apaga
o amor já não é segredo.
Parti na mais nívea nuvem
para não deixar de sonhar.
Quando do céu, a chuva vem
a terra sente o ventre a
fecundar.
Dormi no mais belo lençol de
linho
para não sentir outra falta.
Quando do ovo, a vida exulta no
ninho
a criação atinge a glória mais
alta.
Aveiro,
14 de Outubro de 2015
Publicado
no Diário de Aveiro
Gostei do poema. E lembro Torga: "Só quem sobe à montanha toca o céu..."
ResponderExcluirBeijo.
Bom dia, Carlos
ResponderExcluirA beleza do poema: " Quando do céu, a chuva vem
a terra sente o ventre a fecundar" - a água da vida.
abç amg