NÃO RARAS
VEZES
Carlos
Pereira
não
sabemos viver na vertigem plena
dos
rutilantes dias
damos
passos de adolescente incauto
e
viajamos na atmosfera calamitosa do caos
não raras
vezes
viramos
as costas a nós mesmos
e assim
não
retomamos o caminho que nos liberte
do cerco
agressivo a que nos condenámos
a
indiferença corrói-nos os sonhos
e
agrilhoa as mentes e o pensamento
é tempo
de nos tornarmos delinquentes das palavras
e seja
arregimentada a libertação da imaginação
templo guardião
da nossa devota loucura
arma cortês
que nos libertará das trevas
talvez a
nossa voz ainda possa ser ouvida
quando a
sua força crescer
no seio
das palavras desnudadas
na
gloriosa pacificação dos gestos
talvez a
deles
em subtil
perorar reles
se deixe
de ouvir
como
única e omnisciente
Aveiro, 27.05.2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário