ATRAVESSEI A CIDADE
Carlos Pereira
Atravessei a cidade toda,
De um para o outro lado;
Vagarosamente.
Com o vagar de quem não tem pressa
De chegar a lado nenhum.
Reconheci todos os recantos
Onde guardo segredos;
Todos os pássaros,
Toda a folhagem dos arvoredos,
Que se agita à passagem do vento.
Só não me reconheci a mim,
Porque dos meus passos, já não ecoa
A inocência, do meu tempo de criança.
Aveiro, 19.02.2011
Tente mostrar um pouco da criança que ainda há em si e não se importe se o acharem meio louco.
ResponderExcluirTemos de preservar algo que nos faça viver.
Saudações.
Eu consigo viajar em seus poemas. O corpo fica aqui, mas a alma sai de mim. É tocante!
ResponderExcluirObrigada por seguir-me e volte sempre !
bjin da Jêh Niz
A inocência!... Como é terna a inocência!... Tão diferente dos segredos desvendados à nascença, na infância destes tempos de agora!... Falta a inocência da infância a esta geração e à que há-de vir!... Já não há cegonhas, bebes “vindos de França!... Já não há o rubor do primeiro beijo, o corar envergonhado!... Aquele pedacinho de joelho, logo abaixo de uma saia um pouquinho mais atrevida; como seria dali para cima?!.... Sob a saia?...
ResponderExcluirAs árvores!... Trepar por elas e explorar seus ramos; provar seus frutos!... As ruas!... cada esquina com seu segredo, porque havia sempre um segredo em cada esquina; algo que se confundia na Alma, como uma fotografia de sensações, de pressentimentos que levariam esse “sabor” até ao fim dos dias!...
Algo nos pesa!... E não são as recordações da inocência!...
Abraço
um pouco diferente do habitual, uma vez que escreve em soneto.
ResponderExcluirgostei do reviver as memórias e da foto expressiva que acompanha.
deixo um beij
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ResponderExcluirA criança, o jovem, ficaram pelo caminho... Trazemos conosco apenas o hoje, as lembranças e as lições que aprendemos...
Bonito e nostálgico poema, Carlos!
Beijos de luz e o meu carinho...
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há que atravessar os caminhos da solidão com a coragem da poesia...
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