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ESTE
É UM TEMPO
Carlos Pereira
Este é um tempo de fomes proclamadas
De presente mais que adverso, indeciso.
Assente em falácias subtilmente propaladas,
Direcionadas ao alvo sempre fácil e preciso.
Este é um tempo de figuras asnadas
De um futuro mais que incerto, impreciso.
Os vampiros bebem o sangue das manadas;
Em troca, piedosos, oferecem pálido sorriso.
Este é um tempo de ignóbeis enxovalhos
Gizados por uma casta inepta mas arguta,
Que teima pôr de cócoras quem labuta.
Este é um tempo de dizer aos bandalhos
Num grito sentido, feroz, clamando justiça,
Que usaremos a força da voz em toda a liça.
in Poetas d'hoje - Colectânea - Um grito contra a pobreza
Edição Grupo de Poesia da Beira Ria - Aveiro - Outubro 2015
Olá querido poeta, este é o tempo de gritar bem alto a indignação, pelo que nos estão a fazer e ninguém melhor que o poeta para dar esse grito. Lindo o seu soneto meu amigo. Beijos com carinho
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