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CABRA
CEGA
Carlos
Pereira
Cabra
cega. Bode cego de amores
Por
outra cabra tão cega como aquela.
Cabra
que já não aguenta mais as dores
Por
tanto lhe calcarem a espinhela.
Cabra
escrava. Bode de maus humores
Tão
infeliz e escravo quanto ela.
Cabra
para prestar alguns favores
Aos
verdugos incluindo o dela.
Cabra
cega e escrava de um velho bode;
A
pouca sorte bateu-lhe cedo à porta.
Não
é sortudo nem feliz quem pode.
Só
quem nasce de assento virado para a lua
Pode
evitar uma vida dolorosa e torta
Como
a da cabra cega escrava, tão crua.
Aveiro,
03.02.2014
Publicado
no Diário de Aveiro
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