(Foto de Gabriel Pereira)
SAUDADE
Carlos Pereira
Barqueiro, meu amor, levaste,
Fiquei eu triste no lado oposto.
Acaso alguma vez reparaste;
Quão grande é o meu desgosto?
Ó rio, suplico-te: - leva a minha mágoa
No teu devaneio para a outra margem.
Liberta é minha dor se na tua água,
O barqueiro, meu amor trouxer na sua viagem.
Saudade que sinto por ti ausente
Na minha alma se aloja e dói,
Como ácido, que minhas veias; corrói.
Esta tristeza que o meu corpo dormente,
Em anseios ufanos quer que d’ ele se aparte…
Seque o rio, para que não possa de mim separar-te.
Aveiro, 14.04.2010
Soneto triste, mas muito belo.
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