CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 26 de abril de 2013

HAICAIS

 
 
Praia de Odeceixe
Foto de Carlos Pereira
 
 
 
 
 
 
 
HAICAIS
Carlos Pereira
 
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Duro inverno.
Doloroso frio. Gozo
vil do inferno.
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Olha a estrela
cadente que toda a gente,
deseja vê-la.
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Uma onda espraia
na areia. Larga maré cheia
de gente na praia.
……………………………….
 
Aveiro, 14.04.2013
 

 


quinta-feira, 18 de abril de 2013

A LENDA DA PRAÇA

 
 
Foto de Carlos Pereira
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A LENDA DA PRAÇA
Carlos Pereira
 
A praça é grande e larga; vazia de gente
e de palavras dos discursos de outrora.
Há um espesso silêncio que se derrama
nas suas lajes e abraça as paredes graníticas
das casas harmoniosas, cansadas de tanta vida,
só quebrado apenas pelo esvoaçar frenético de
umas quantas pombas que disputam, helénicas,
os grãos de milho lançados pelas mãos anquilosantes
de uma velha senhora toda vestida de negro,
por dentro e por fora.
Consta a lenda que ao som de cítaras
a pomba branca, que lhe vem comer à mão,
é a alma de um garboso jovem, tombado nesta praça,
empunhando a bandeira da liberdade.
 
 

Aveiro, 17.01.2013                          
 
Publicado no Diário de Aveiro
 

 




terça-feira, 16 de abril de 2013

HAICAIS

 
 
Foto de Piedade Araújo Sol
 
 
 
 
 
HAICAIS
Carlos Pereira
 
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Formosa lua.
Celeste luar. Deste-
me a alma nua.
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Uma vela branca.
Mar ágil. Barco frágil
sustento arranca.
………………………………..
Pela colina
derrama luz o sol em chama
pura, cristalina.
…………………………………
 
Aveiro, 10.04.2013
 



quinta-feira, 11 de abril de 2013

HAICAIS

 
 
Foto de Piedade Araújo Sol
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HAICAIS
Carlos Pereira
 
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Romãs de bagos
rubis. Aromas subtis.
Teus beijos vagos.
………………………………….
Árvore decana,
descansa. Sombra mansa,
teus ramos irmana.
………………………………….
Árido deserto.
Oásis. Raios primaveris.
Amor descoberto.
………………………………….
 

Aveiro, 06.04.2013

 

 

 

 

 
 
 
 
 



quinta-feira, 4 de abril de 2013

ERA DEZEMBRO

 
 
Foto de Carlos Pereira
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ERA DEZEMBO

Carlos Pereira
 


Era dezembro e estava frio. Tudo à nossa volta era cinzento.

Trazias vestido um casaco triste que te protegia do vento.

A melancolia escorria pelas mangas do casaco e desenhava

Nas tuas mãos, nós de solidão, que nos contristava.

Subitamente; murmuraste no meu ouvido: vamos fazer amor!

Eu balbuciei, aliviado, com algum pudor:

Ainda bem porque não trouxe palavras para conversar,

Apenas este corpo acrisolado para te amar.
 

 

 

Aveiro, 10.01.2013