CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

COMO EU VEJO O MAR

 
 
Lagos
Foto de Carlos Pereira
 
 
 
 
 
 
 
COMO EU VEJO O MAR
 
Carlos Pereira
 
 
Estou aqui sentado há um ror de tempo,
 
Se medido pela clepsidra abandonada nas areias desta praia
 
Pelos marinheiros que a aportaram há milhões de anos.
 
Milhões de anos nunca será muito tempo para contemplar o mar;
 
Ademais, eu gasto muito mais tempo a olhá-lo dentro do seu interior,
 
Do que a olhar a espuma na superfície dos seus dias.
 
Escuto os seus segredos seculares e perscruto o silêncio fulvo das algas,
 
Aliadas dos peixes que nunca farão as pazes com o criador do seu destino.
 
Nós e os peixes, somos filhos da mesma criação,
 
Porque o sal das nossas lágrimas
 
É igual ao sal das lágrimas do mar.
 
 
 
 
Aveiro, 07.05.2012
 
 
 
 
 

 
 
 




 
 


 






 

 
 
 



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

HAICAIS

 
 
Praia da falésia - Vila Moura
Foto de Salete Pereira
 
 
 
 
 
 
 
 
HAICAIS
Carlos Pereira
 
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Corpos seminus,
bronzeados. Ornados
de vida e luz.
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Falsa partida!
Em vão o esforço d’então,
carta perdida.
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Vila Moura és,
sedutora. Vou embora
mas fico a teus pés.
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Vila Moura, 09.08.2012
 

 
 
 
 
 



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

HAICAIS



Foto de Carlos Pereira








HAICAIS
Carlos Pereira

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Eco da montanha,
voz de Deus. Desamores meus
são pena tamanha.
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Seiva de vida
qual fluxo do mar. Refluxo
da maré contida.
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Asa livre, ligeira.
Eterno abraço fraterno.
Luz na clareira.
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Aveiro, 28.07.2012




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HIROSHIMA



Foto retirada da Net










HIROSHIMA
Carlos Pereira


Na antecâmara do epílogo final os ossos da humanidade,
São fragmentos da nossa história que nunca se completará.
Haverá sempre monstros com rostos de morte, capacidade,
De quem usa a frágil lucidez que um dia qualquer nos matará.

Que a espada da sabedoria se cinja ao exército da igualdade
Na conquista do amor redentor, bálsamo, que cicatrizará,
As feridas infligidas desde o Olimpo dos deuses na antiguidade
Até à crueldade das hordas de Átila ou de Hitler, que jamais se esquecerá.

Que se busque o mais puro barro e nas mãos do vetusto fígulo,
Sejam moldadas sãs consciências para os homens deste mundo.
Cessem as armas e o ódio. Destrua-se o despiciendo patíbulo

Que ao longo dos evos, cerceou de forma vil, a vida a outros iguais.
Pugnemos para que o nosso futuro não seja um memorial imundo
A perpetuar a crueza da morte. HIROSHIMA e Nagasaki nunca mais.



Aveiro, 05.05.2012


domingo, 5 de agosto de 2012

O QUE ME DÓI



Foto retirada da Net



O QUE ME DÓI
Carlos Pereira

O que me dói
Não é saber dos teus sapatos rotos
Nem da tua camisa branca pendurada no estendal da paz
Nem da fome
Com que alimentam as tuas ave-marias cheias de (des)graça
Como quem remete um postal de Boas Festas no Natal
A prometer muitos presentes para os teus sapatinhos tristes

O que me dói
Não é a tua postura de pinguim submisso,
Invariavelmente, inclinado para a frente e para baixo a agradecer sempre
Mesmo que não te deem nada

O que me dói
É a minha impotência
Para mudar o rumo do rio poluído de mentes obscenas


Aveiro, 13.04.2012












 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

HAICAIS



Foto de Carlos Pereira









HAICAIS
Carlos Pereira

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Corais de poesia,
um canto virtual. Encanto
de versos e magia.
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O céu é o limite
também para nós poetas, sem
o valor da elite.
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Sorte adversa,
crua e dura. Prematura
sina transversa.
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Aveiro, 27.07.2012