CANAL DE SÃO ROQUE

CANAL DE SÃO ROQUE

Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 27 de julho de 2012

HAICAIS



Foto de Carlos Pereira








HAICAIS
Carlos Pereira

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Frágil esperança,
irracional. Sem ideal
o mundo não avança.
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Poema com rima,
freima que o poeta teima.
Dom ou estima?
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Palavra viva,
sintética. Estética
mui expressiva.
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Aveiro, 19.07.2012



terça-feira, 24 de julho de 2012

A JUSTEZA DA PALAVRA



Foto de Carlos Pereira







A JUSTEZA DA PALAVRA

Carlos Pereira


A justeza da palavra, sóbria, límpida na sua essência,
abre o caminho à respiração das sílabas na
brancura da página do livro, único, buscando
a generosidade do poema.
Eis o poema, não perfeito; só o silêncio do verso é
perfeito  a trespassar a rugosidade da palavra que
não calamos, vertida do sangue de todos os poetas, que
há-de burilar as faces negras ao diamante de
translúcida pureza maculada.
Forjemos o canto com palavras espessas, resgatadas
ao fogo libertador para que o poema renasça sem a
crueza das sombras, regenerador, obstinado e livre.

Aveiro, 04.07.2012









sábado, 21 de julho de 2012

PRIMAVERA



Foto de Piedade Araújo Sol






PRIMAVERA
Carlos Pereira


Toda a Natureza inteira,
Rejubila de vida e cor.
Desabrocham cânticos e a flor,
Desvenda a luz derradeira.

Toda a gente feliz de fio-a-pavio.
Em cada cortejo uma dança
Com alardes de esperança
No gerar de vida no fim do cio.

Aveiro, 23.06.2012







sexta-feira, 20 de julho de 2012

HAICAIS



Foto de Gabriel Pereira








HAICAIS
Carlos Pereira

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A erosão desgasta,
silenciosa e impiedosa;
até a vida casta.
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Longa carícia;
seios de amor cheios.
Teu corpo vícia.
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Unânime é a glória.
Perder às vezes é crescer,
mas sem vitória.
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Aveiro, 13.07.2012




sexta-feira, 13 de julho de 2012

ALENTEJO (Acróstico)



Foto retirada da Net







ALENTEJO (Acróstico)
Carlos Pereira

Alma nobre de um povo
Leal no apego à terra
Espírito altruísta e probo
Na grandeza que encerra
Trigueira seara de pão
Encanto do nosso país
Jardim de aromas e solidão
Ondas de trigo com gente feliz

Aveiro, 13.07.2012



quinta-feira, 12 de julho de 2012

HAICAIS



Foto retirada da Net








HAICAIS
Carlos Pereira

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Universal poeta!
Fernando ri chorando.
Pessoa, asceta?
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A abelha no seu afã,
meticulosa e silenciosa.
Rainha e guardiã.
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Semente do pão
lançada à terra amada.
Cantemos o chão.
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Aveiro,08.07.2012




segunda-feira, 9 de julho de 2012

HAICAIS



Fonte da Vida - Castelo de Vide
Foto de Carlos Pereira






HAICAIS
Carlos Pereira

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Abrigo da Terra,
espaço vital. Regaço
que a flor encerra.
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Pura face da vida,
horizonte. Água da fonte;
dádiva sofrida.
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Minhas mãos vazias,
imaculadas. Desoladas
manhãs, vãs e frias.
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Aveiro, 01.07.2012






domingo, 8 de julho de 2012

FALINHAS MANSAS



Foto retirada da Net







FALINHAS MANSAS
Carlos Pereira


Compostas
Compotas
Capotas
O carro
Fumas
Um cigarro
Fósforo
Bósforo
Mar morto
E o nosso a dar para o torto
Faz
Faz de conta
É o capataz
Barata tonta
Desconte na conta
Endurece a alma
Dura vida
Perdes a calma
Precisas de uma bebida
Calcário
Pedras preciosas
Calvário
Este mar não é de rosas
Aumenta a despesa
Baixa a receita
A raposa não é presa
Cresce a seita
Falam-te ao coração
O povo gosta
Quem se lixa é o mexilhão
Vai uma aposta?


Aveiro, 06.07.2012






quinta-feira, 5 de julho de 2012

MEU IRMÃO



Foto de Carlos Pereira







MEU IRMÃO

Carlos Pereira




Comove-te, meu irmão, com o canto do rouxinol

No píncaro da árvore que a Terra-Mãe abraça.


Canta, meu irmão, quando o sol te beija logo pela manhã

Num abraço de flores com raízes de fogo.


Chora, meu irmão, com os destroços de dor que a guerra gera

No seu ventre de morte e num rio de rubro sangue,

Desagua em sepulturas de saudade.


Se o fizeres, talvez à noite adormeças numa cama de música

E à cabeceira, tenhas um livro com linguagem só de luz.


Aveiro, 10.05.2012

quarta-feira, 4 de julho de 2012

HAICAIS



Foto de Carlos Pereira






HAICAIS
Carlos Pereira



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Colhe a doce flor

no meu jardim. Ai de mim,

não colho o teu amor.

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O fogo acende

o centro do corpo. Dentro

meu amor se rende.

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Luz no estuário,

beleza. Subtil Natureza;

poema de Cesário.

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Aveiro, 23.06.2012