CANAL DE SÃO ROQUE

CANAL DE SÃO ROQUE

Foto de Gabriel Pereira




sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O POETA E O FARISEU

Foto de Carlos Pereira







O POETA E O FARISEU
Carlos Pereira

Restam-me estes dias sincronizados com o tempo
E a vida; vulgares e com gente vulgar como eu,
Que sorri com as flores mesmo que chegue a destempo
O sol, por ter adormecido na cama azul do céu.

O draconiano calendário nunca será contratempo
Na rejeição dos prazeres mundanos por parte do plebeu.
Outros cantos e sórdidos hábitos são passatempo
Dos que, ufanos, ostentam a nossa vida como troféu.

Não obstante o enganar sistemático do fariseu,
Não deixarei de olhar a planura dos verdes vales
Nem a força da onda salgada que nos tempera.

Tens dons de retórica mas nunca um poema, filisteu,
Farás, por muito que leias, escrevas ou fales;
Será sempre o poeta a criar a esperança na espera.

Aveiro, 13.01.2013
Publicado no Diário de Aveiro
in "GRAPHEIN"  Coletivo de Autores  - Edições Vieira da Silva 2017



Um comentário:

  1. Poetas e fariseus não se ligam...
    Excelente soneto.
    Parabéns, gostei imenso.
    Caro amigo Carlos, tem uma boa semana.
    Abraço.

    ResponderExcluir