CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




sábado, 4 de dezembro de 2010

AO POETA TUDO É PERMITIDO

Foto de Gustavo Martins




                  AO POETA TUDO É PERMITIDO
                                Carlos Pereira


Tudo é permitido ao poeta;
Fingir, amar, até mentir.
Não tem vocação de asceta;
Na contemplação o mesmo sentir.

Ao poeta tudo é permitido;
Finge preocupação com o porvir.
A palavra, seu bem mais querido,
Sustenta-o nesse seu fingir.

Prefere a curva à linha recta;
Aumentando, assim, o caminho
Do sonho e da ilusão suprema.

Do cupido, anseia a doce seta
Do amor que lhe dará ninho;
Onde o espera o mais belo poema.


               Aveiro, 12.10.2010




9 comentários:

  1. Belíssimo, meu amigo Carlos, grande poeta!
    Encantou-me saber que o poeta prefere a curva à linha reta, justamente para aumentar o caminho (em vez de buscar o atalho...)Tens razão: é isso mesmo! Eu não tinha percebido...
    Grande abraço, amigo!

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  2. Estás coberto de razão no que dizes meste excelente soneto.
    Gostei imenso.
    "Prefere a curva à linha recta"... uma constatação inteligente...
    Bom resto de Domingo.
    Um abraço.

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  3. Quando a poética não se ausenta das palavras. Assim se faz poesia!

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  4. Mais um lindíssimo soneto meu amigo. Adorei. Beijos com carinho

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  5. ....

    Amigo Carlos,

    Porque o poeta é um fingidor é que tudo lhe é permitido.
    Bem definido.

    Um abraço

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  6. Fingidor, o poeta, não é?
    Há sílabas vermelhas recortadas na voz onde as palavras criadas são rios que debandam das nascente...
    Um beijo.

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  7. tens uma veia de Poeta especialmente para sonetos.

    gostei.

    um beij

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  8. Mas acrescento: alguém disse que ser poeta é a arte de ficcionar a realidade.
    Um abraço, caro amigo.

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  9. Passei, para lhe desejar um optimo fim de semana. Beijos com carinho.

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