CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




quinta-feira, 7 de abril de 2011

MESTRE-DE-OBRAS



Foto de Gustavo Martins



             
                      
         MESTRE-DE-OBRAS
         Carlos Pereira


Se eu pudesse, era mestre-de-obras;
Não daqueles que constroem ameias
E castelos, com barracas paredes-meias;
Construía casas com as suas sobras.

As paredes seriam sempre transparentes
Para se ver do lado de cá, a consciência
Dos que com ganância e concupiscência,
Constroem seus empórios imponentes.

Teriam, escancaradas portas e janelas,
Não por erro de cálculo ou omissão;
Apenas para guardar o sol, jorrado nelas.

Não teriam grades nem má vizinhança,
Seriam por mérito o orgulho da nação;
A crença d’ um país, ainda com esperança.


 Aveiro, 17.01.2011

6 comentários:

  1. Um poema oportuno,
    cheio de esperança, para os que,
    sem terem culpa,
    são acusados da real situação deste cantinho à beira mar plantado.
    Cumprimentos

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  2. Pudera um País real estar entregue ao idealismo corajoso de um tão louvável altruísmo assim e teríamos uma obra bem alicerçada sobre as ruínas de um estado falhado e… falido!... Porque o caro Carlos Pereira tem toda a razão em aproveitar todas as sobras, o que traduz a honestidade da empreitada e a seriedade do empreendimento!... Gostei da transparência das paredes para evitar os frágeis telhados de vidro e a perda de tempo em troca de pedradas, o que tem consumido muito do nosso País, nestes últimos 30 anos da dita dura, que foi murchando por cada político que engrossava e crescia!... haja Esperança, mas, a Esperança não é um estado de Espírito que nasce no nada para nada fazer; deve ser projectada, no imediato, de cada erro, de cada roubo, de cada desonestidade, com a força do querer e a coragem de não querer deixar a pior das heranças aos nossos, filhos e netos!...




    Boa semana


    Abraço

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  3. Que lindo Aveiro! Serias um mestre da liberdade então! Liberdade com responsabilidade. Tudo que o homem merece.
    Amei!
    Bos semana!!!
    Carla

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  4. Uma proposta interessante num excelente soneto.
    As primeiras casas deveriam ser para os políticos e para os agentes do Estado em geral.
    Mais algumas para os bancos e para as agências de rating, outras para os dirigente do futebol, ainda outras para os jornalistas, etc., etc. Até que toda a gente tivesse uma cassa dessas...
    Um abraço, caro amigo.

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  5. um soneto oportuno
    pertinente
    e
    muito bem elaborado.

    a foto bem "apanhada"

    beij

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  6. A esperança feita poema por um mestre das palavras.
    Beijos.

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