CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




quarta-feira, 1 de junho de 2011

COM O DEVIDO PEDIDO DE PERMISSÃO

     
Em quase um ano (completa a amanhã) de existência do meu blogue, nunca publiquei senão poemas da minha autoria. Todavia, hoje, vou fazê-lo; trata-se do poema "..do Canto" do blogue "d'Alma" cuja poesia é, no meu entender, de enorme qualidade literária.
Tem, este meu propósito, agradecer ao seu autor, poeta que muito admiro, a especial alusão ao meu poema "NO MEU CANTO".
Peço, igualmente, permissão ao autor do blogue "d'Alma" e ao autor do blogue "Epee" que proferiu tão magnificente comentário ao poema "..do Canto" para publicá-lo, a fim de podermos ver de uma forma mais "poética" a relação existente entre os dois poemas.


..do Canto








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"É no teu canto que eu canto,
Quando adivinho em teu canto,
O canto que no canto se faz memória,
Aninha-se em cantos a desaparecida glória,
Cantos onde cantos mudos já não causam espanto,
Por ávido canto de estrelas onde canta a escória!...
Há o refúgio suave de asas ao vento em teu recanto,
Onde os teus Poemas são serenos registos de Victória!..."

Roubei eu,
Este Poema que dei,
E se ao dá-lo, bem o pensei,
Não penso que seja só Poema meu,
É também de quem no seu canto o recebeu,
Sem saber do pouco que de seu canto sei,
É Poema que ao lho dar ele mo deu,
Comentário rimado que roubei!...


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Autor: A.  "do blogue d'Alma"









Blogger epee disse...





De conteúdo imprescindível, no presente, a inspiração poética, e o poema “..do Canto” conta a história que é de chama ao verso acionado pela capacidade de percepção e de imaginação, na influência recíproca da comunicação da recepção estabelecida entre poesia e leitor [Krystald’Alma / Poemas da Ria].


Na produção artística, a linguagem. Na técnica, a comunicação. O diálogo. E um presente roubado “[Roubei eu, / Este Poema que dei,”]. Durante o processo de leitura, a inspiração [“E se ao dá-lo, bem o pensei,”]. Na arte final, o verso d’Alma. Um privilégio de ambos [“Não penso que seja só Poema meu, / É também de quem no seu canto recebeu,”]. Ao Poeta a poesia, à poesia o Poeta. A leitura aponta a perspectiva da imaginação e convertido em tema [“Sem saber do pouco que de seu canto sei, / É Poema que ao lho dar ele mo deu,”] vislumbra um horizonte que é de canto e o processo de interação é mérito de reconhecimento [“Comentário rimado que roubei!...”].

A leitura da poesia é exclusividade do leitor. A poética d’Alma, seja desde a escolha de seus temas, até a escolha de estilos e formas que caracterizam sua linguagem, expressa através de sua postura muito mais que uma simples característica da personalidade, um modelo a ser seguido, ou espelhado, e supera a elegância e a criatividade. Os temas podem se repetir, assim como vida se repete em muitas outras vidas, mas o estilo, este não, é próprio de cada poema. O recebimento de um texto por parte de um leitor, se crônica, ou prosa, conto ou poema, não provoca o mesmo efeito em um outro. As semelhanças podem existir, ou não, necessariamente. Adivinhamos. Conjecturamos. Depreendemos. E erramos numa proporção muito maior aos acertos. Insistimos. Na mão única.

A feliz escolha das palavras e das rimas, a poeticidade, a performance corporal conduz ao ritmo que faz a melodia e a poesia atinge os órgãos dos sentidos [“É no teu canto que eu canto”]. A estrofe é instrumento e a música acontece; d’Alma canta [“Há o refúgio suave de asas ao vento em teu recanto,”] e um convite se propaga no espaço que é de paz e harmonia [“Onde os teus Poemas são serenos registos de Victória!...”]. Fechamos os olhos e aproveitamos o momento.

E assim se forma um ciclo de realimentação criativa entre linguagem e arte. Na mão dupla, d’Alma e Carlos Pereira.

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30 de Maio de 2011 16:35






Um comentário:

  1. Há momentos que se prolongam na emoção estranha que por nós passa, tomando-nos num misto de surpresa e a certeza de que não merecemos ser surpreendidos pelo elogio que nos trespassa, fazendo-nos sentir o que vai para além da carne!... Não esperava, de todo, este… elogio!...
    Gosto da autenticidade, do cheiro a humanismo e às raízes que emanam a sabedoria do que consegue estar mais à frente da clássica intenção do protagonismo a qualquer preço. Honestidade literária e Humildade Poética, são duas características de um “perfume” que eu muito louvo, ainda que, silenciosamente, não o manifeste da forma mais clara!... Não sou de rodeios, de hipocrisias e, à minha maneira, abomino a artificialidade daqueles que pretendem elevar-se até ao patamar dos deuses. Não sou um candidato ao lugar que nunca me propus, não sou um “Poeta”, nem sou mais nem menos do que aqueles que não são nem mais nem menos do que aqueles que, talvez marcando uma pequena diferença, não passam de ser o que são!... Mas são esses a quem reconhecem as raízes que alimentam e sustêm a Árvore e seus frutos da Vida!... Carlos Pereira é uma dessas Árvores, uma dessas Raízes… um desses Frutos!... Facilmente reconhecíveis!...
    Parabéns pelo aniversário do blogue http://poemasdaria.blogspot.com.
    E, claro… muitos anos de Vida;))…




    Abraço

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