CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




domingo, 7 de novembro de 2010

VAMPIROS



Foto de Piedade Araújo Sol




                                                   VAMPIROS

                                            Carlos Pereira
                                       



Julgava-os extintos, no mínimo moribundos, feridos de morte…
Mas não, eles aí estão como dantes, ávidos de sangue, malvados;
À espreita dos animais fracos, indefesos, que nunca têm a sorte,
Por uma vez que fosse, de serem eles os sugadores e não os sugados.

Já batem as asas, pela noite calada, como cantava o Zeca…
Estes monstros não alados já atacam durante a luz do dia;
Calmamente, devagar, sem precisarem de correr Seca e Meca,
Que à noite de pança cheia espera-os uma triunfante orgia.

Vêm de todo o lado, alvoroçados, usam as cores como camuflagem,
Mas não conseguem iludir-nos; conhecemos o seu ignóbil rosto;
Vamos combatê-los para que a sua extinção não seja uma miragem,
E dizer-lhes olhos nos olhos: somos nós quem irá beber o vinho mosto.

                                                                     
                                                              
                                                   Aveiro, 29.03.2010  



12 comentários:

  1. Poema extraordináio, amigo Carlos, grande poeta!
    No tema e no desenvolvimento...
    Excelente trabalho, que vem apenas confirmar o que sabemos: você exerce domínio absoluto sobre as palavras.
    Forte abraço!
    Zélia

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  2. pertinente e bem actual.

    gostei de ver a foto!

    obrigada!

    beij

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  3. Gostei Carlos!! Ótima e nova forma de propor este tema...uma visão que faz toda a diferença, ainda mais bem descrita desta forma..

    []s

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  4. Amigo este poema está muito bem congeminado, na essência temática e no propósito de denúncia que cada vez mais falta faz.

    Quantos poetas vemos por aí, num gongorismo ridículo e sensaborão, para não abrirem a boca e não porem os dedos nas feridas que já gangrenam...

    Faz falta cada vez mais a poesia de intervenção.
    É preciso a denúncia feroz a esta situação que faz lembrar o antigo regime, para pior...

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  5. Maravilha de poema meu amigo!
    Obrigada por sua visita, como sempre!
    Bjão pra vc!
    Gena

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  6. Sempre a cadência da toada poética servida por belas imagens, como gostei!

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  7. Carlos Pereira

    Voo Contigo...
    Lindo poema de quem sabe olhar o mal e vencê-lo.temos que seguir emfrente.


    Um beijo

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  8. "Já batem as asas, pela noite calada, como cantava o Zeca…" É verdade. Belo e crítico poema.
    Um beijo.

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  9. Excelente poema, caro amigo, que encerra uma crítica aos vampiros actuais... sempre os houve...
    Um abraço.

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  10. ___________________________________________

    Seu poema é muito bom, e expressa o pensamento de milhões de pessoas!!! O tema é Universal... Infelizmente, esses vampiros habitam em todos os recantos.


    Beijos de luz e o meu carinho!!!

    ______________________________________

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  11. Caro: Carlos Pereira

    Belo texto!

    *****

    Vêm de todo o lado, alvoroçados, usam as cores como camuflagem,
    Mas não conseguem iludir-nos; conhecemos o seu ignóbil rosto;
    Vamos combatê-los para que a sua extinção não seja uma miragem,
    E dizer-lhes olhos nos olhos: somos nós quem irá beber o vinho mosto.

    *****

    Grato pela partilha

    Tenha um Otimo Fim de Semana

    Forte Abraço

    Antònìo Manuel

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